Terremotos na Virgínia não são comuns, afirma sismólogo

Lucas Vieira Barros, professor da Universidade de Brasília, afirma que local é de sismicidade baixa

Após tremor, muitas pessoas saíram dos prédios e foram para as ruas de Washington - Alex Brandon/ AP
 
Terremotos no Estado da Virgínia, como o que aconteceu nesta terça-feira, de 5,8 graus na escala Richter, não são comuns.

De acordo com o sismólogo e professor da Universidade de Brasília (UNB), Lucas Vieira Barros, o local do tremor — que teve o epicentro a 47 km de Charlottesville, Virgínia, e a 139 km de Washington — está distante das bordas de placas tectônicas, em uma região intra-placa, com sismicidade baixa.

— Não podemos dizer que é uma região que não tem terremotos, já que desde o século 18 vários tremores foram registrados. No entanto, a incidência é bem mais baixa que em outros locais dos Estados Unidos — explica o professor.

Ele também esclarece que, justamente por estar longe das bordas das placas tectônicas, a região dificilmente registrará um tremor de intensidade próximo a sete graus na escala Richter.

O professor ainda salienta que réplicas de menor intensidade poderão ocorrer nas próximas horas ou dias.

— Porém, não há como prever quando estas réplicas vão acontecer — destaca o professor.

O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) informou que o terremoto foi o mais forte registrado no Estado da Virgínia desde maio de 1897, quando um tremor de 5,9 graus sacudiu o Condado de Giles, perto do extremo oeste do Estado.

— Este é um dos maiores terremotos na costa leste em muito tempo, em muitas décadas pelo menos. Não é sem precedentes, mas é um dos maiores que já tivemos — disse Lucy Jones, porta-voz do USGS à CNN.